Agronegócio

Cinturão verde de São Paulo: região em constante transformação.

Falar sobre o Cinturão Verde de São Paulo é falar sobre a tradicional região produtora de frutas, verduras e legumes que fica no entorno da Grande São Paulo. O Cinturão Verde é dividido em várias regiões produtoras:
Região Oeste: abrange a região de Ibiúna, Piedade, Cotia, Vargem Grande Paulista e São Roque
Região do Alto Tietê: abrange as regiões dos municípios de Mogi das Cruzes, Biritiba-Mirim, Suzano e Itaquaquecetuba
Região Sul: abrange a região de Parelheiros, Marsilac, Embu-Guaçu e Itapecerica da Serra
Jundiai e região: Abrange os municípios de Jundiaí, Itatiba, Itupeva, Indaiatuba, Jarinu, Louveira, Valinhos e Vinhedo.
Essas regiões, no passado era habitada predominantemente por produtores rurais. Hoje passam por constantes mudanças, por estarem próximas da capital paulista. O crescimento do mercado imobiliário com a urbanização dessas regiões, a implantação de condomínios, a crescente procura de empresas de logística por grandes terrenos próximos as rodovias que chegam à São Paulo e o desenvolvimento do turismo, são características que estão mudando toda essa região. Vamos falar um pouco de cada região, que fornece frutas, verduras e legumes para boa parte da população.


Região Oeste: quem mora na Região Oeste infelizmente já percebeu o constante desmatamento e a mudança no perfil dos moradores da região. Quem mora em Cotia, Vargem Grande e São Roque já percebeu que, em muitas regiões que antes havia muitas hortas de produtores de hortaliças, hoje estão construindo condomínios de casas e de prédios populares. Cotia, principalmente na região de Caucaia do Alto, que antes era uma região predominantemente rural, cercada de chácaras e mata nativa, hoje está repleta de novos condomínios de casas e prédios. A proximidade da capital e o desenvolvimento imobiliário do município está fazendo o êxodo de produtores rurais do município para regiões mais afastadas, como Piedade e Ibiúna. Piedade ainda mantem uma forte presença de produtores rurais, o que é bom, pois fortalece a atividade do município, que tem 80% do seu PIB voltado as atividades do agronegócio. Ibiúna, por ser um município bem grande, também está em constante mudança. Muitos bairros próximos de Cotia e São Roque estão se urbanizando e fazendo o êxodo de produtores rurais dessa região. O ponto positivo da região é o desenvolvimento turístico de São Roque, que cresceu muito nos últimos anos e elevou o patamar de turismo na região da Estrada do Vinho. A região hoje é um passeio muito agradável aos finais de semana, com muita infraestrutura bem completa para o turista.
A grande necessidade da região Oeste é o desenvolvimento rodoviário dessa região. As rodovias Bujiro Nakao e Raposo Tavares precisam de investimento e obras. A Bujiro precisa ter as obras de duplicação terminadas e a Raposo precisa de intervenções urgentes para comportar o transito caótico do dia a dia, principalmente nas regiões de Cotia e Granja Viana, até a chegada a capital. São pelo menos 26 quilômetros de trânsito intenso todos os dias, do km 36 ao km 10 no Butantã. Também é urgente a implantação do metrô até Cotia, para tentar aliviar o transito pesado da Raposo. O governo do estado promete obras e mudanças na região.


Região do Alto Tietê: outra região em constante desenvolvimento nos últimos anos, que cresceu muito e está provocando a mudança dos produtores rurais é a região do Alto Tietê. Quem conhece a região de Mogi das Cruzes, Suzano e Itaquaquecetuba há uns 20, 30 anos atrás e ficou um bom tempo sem visitar a região e volta hoje, fica surpreso com a mudança que a região passou. Mogi das Cruzes próximo da represa de Taiaçupeba, região da rodovia Mogi-Bertioga e na saída para Biritiba-Mirim ainda tem regiões produtoras de hortigranjeiros, principalmente hortaliças. Mas a região próxima de Suzano, Brás Cubas e Arujá foi bastante urbanizada, gerando desenvolvimento na região, com a construção de novas ruas e avenidas, novos condomínios, galpões logísticos e industriais. O município que ainda é muito forte na produção rural é Biritiba Mirim, que mantem a tradição da produção de hortigranjeiros, apesar de se observar a construção de novos condomínios residenciais na região. Já Itaquaquecetuba e Suzano tiveram um crescimento bem forte da sua população e a entrega do Rodoanel, com acesso à esses municípios trouxeram um impulso nas industrias da região. Condomínios logísticos tem crescido muito, assim como o fluxo de caminhões na região.


Região Sul: Ao contrário das outras regiões, a Zona Sul de São Paulo é a que vem crescendo o número de produtores rurais e orgânicos. Os bairros de Parelheiros e Marsilac são APA – áreas de proteção ambiental, e tem um controle bem rígido quanto ao desmatamento. Muitos sítios da região produzem produtos orgânicos, que são vendidos para mercados da região, comercializados pela internet ou na Ceagesp. As regiões de Embu-Guaçu e Itapecerica da Serra também mantem as características mais rurais da região, apesar de Itapecerica também receber muitas empresas de logística e industrias ao longo da BR 116.


Jundiaí e região: Essa região é bem grande e bem diversa. Engloba os municípios de Jundiaí, Jarinu, Atibaia, Louveira, Itatiba, Morungaba, Valinhos, Vinhedo, Itupeva e Indaiatuba. Tradicional região produtora de frutas e legumes mantem a tradição no plantio, sendo uma das principais atividades dos municípios. Observa-se nesses municípios o crescimento de condomínios logísticos e residenciais. Também tem se observado o loteamento de bairros mais afastados. Mesmo assim, os municípios são exemplos de desenvolvimento sustentável, onde se observa o desenvolvimento dos municípios, mas se preserva a atividade rural. Sua população rural preservam o cultivo de uvas, morango, caqui, pêssego, tangerina, goiaba, acerola e figo, sendo referência nacional na produção desses produtos, sendo comercializado esses produtos para todo o Brasil. Observa-se nessas regiões o investimento dos empresários no turismo rural, com a abertura de hotéis e pousadas dentro dos sítios e fazendas locais, onde o turista pode passar um período usufruindo da calma do campo e provando as iguarias produzidas pela propriedade.

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